Vou pedir à Mônica Bergamo, que é amiga de Olavo de Carvalho, que por sua vez é o implacável guardião da porta da direita internacional globalizada, que ela pergunte a ele como o capitalismo, regime considerado irmão-gêmeo da democracia e da liberdade, pode estar se dando tão bem na fechada e estatizante China, dita comunista.
Coerência, senhores... Coerência!

Tema Em Fuga
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Acendem-se as luzes:
conduzo você pela mão,
abrimos a porta, que acreditava fechada para sempre.
É um quarto escuro. Lá dentro estão os medos que sentiu na infância,
as angústias da adolescência, os sonhos de hoje.
“Medo, angústia... É com isso que sonho toda noite”, é o seu lamento.
Puxo você de volta.
Resiste, não quer vir. Diz que prefere morrer a que lhe chamem de covarde.
Tento te segurar, aperto seu braço, mas você me escapa por entre os dedos, como um sorvete derretido. As cores amassadas, embora doces.
Vejo que atravessa, resoluta, o umbral.
“Vida...!”, grito.
Tento detê-la, mas só ouço sua voz ao longe repetir baixinho:
“Como um sorvete, como um sorvete derretido...”
Apagam-se as luzes:
invertem-se as posições,
agora sou eu que atravesso o umbral.
Você grita, me quer de volta,
mas é minha vez de escapar.
Como areia, vida, entre seus dedos derretidos.