Os erros
uns berros
dois corpos armados
crispam-se
sem toques
auras repelentes
Voltando atrás no tempo deu saudade de não ter feito outra coisa qualquer em vez de subir aquela ladeira íngreme com frondosos e indolentes sombreiros muitos em cada lado da rua manchando de roxo o chão de pedras fumegantes à tarde escorregadias à noite quando então chovia
A guerra instalou-se
soberana
quando ninguém sabe
apenas dizem
à boca pequena
armistício
não há à vista
Passa um jipe camuflado
da calçada
um homem olha cabisbaixo
Tivesse o poder de girar o botão da máquina que há de haver e acelerar o tempo que ainda não veio mas há de vir e que portanto oferece uma esperança exorbitante por apenas prometida jura que não levaria consigo uma nesga sequer de tantas lembranças nada nem um caco partido moído envolto na poeira que o jipe acabou de levantar
Uns tragos
afagos
volúpia indolente
raios
descargas
rua às escuras
tudo que se foi
já não dói
Seus pecados serão apagados deletados como se dizia naquele tempo não houvesse um só cometido assim mesmo seria o futuro que imagina em sonhos bicolores mas
dois corpos se curvam
no salto final
os olhos
avisam
inebriados
luxúria estraçalhada
a dizer
por todos os poros
não é qualquer bote que salva-vidas
A mulher sai da mesa palitando os dentes murmurando em looping guerra é guerra é guerra é guerra é?