MIL DESCULPAS
fn
Em última instância, você pode dizer que perdeu a hora, que não teve tempo, ou que choveu bem no momento em que estava pronta pra sair. Não, não foi uma chuvinha qualquer, também não havia táxis, sabe como são os táxis em dias de chuva, mesmo os que estão vazios negam-se a parar.
Em última instância, você pode dizer que não ouviu o telefone tocar duas, três, cinquenta vezes. Você não está surda, mas com o barulho da chuva... Esqueça essa última parte, melhor não misturar desculpas. Sei lá, invente que o som do vizinho estava alto demais, ou que estourou um transformador aí em frente e você só tem um telefone sem fio, que não toca quando falta luz. Lembre-se que todas as justificativas devem andar o mais próximo possível das razões verdadeiras, aquelas que nem todos aceitam.
Só não vá se valer novamente dos estragos oriundos do já tristemente famoso (e por demais caluniado) "bobó de camarão". Não invente doenças repentinas para uma tia querida, não diga que foi a um velório, nem que torceu o pé ao subir as escadas. Pequenas tragédias, ainda que falsas, têm o poder de atrair grandes e verdadeiros malefícios, nesse campo todo cuidado é pouco.
Em última instância, você pode jurar que sua mãe chegou de viagem e não deixou você sair. Diga que o papagaio da vizinha teve uma overdose de cogumelos, invente que a lua estava cheia e você tem pavor de lobisomem...
Enfim, se nada do que eu te sugeri for conveniente, em última instância, você pode revelar que passou a tarde e a noite comigo, que amou como nunca antes amara alguém na vida, que dormiu nos meus braços e acordou no dia seguinte, perdidamente apaixonada.
Pode não ser verdade, mas nessa ele vai acreditar...
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Em última instância, você pode dizer que perdeu a hora, que não teve tempo, ou que choveu bem no momento em que estava pronta pra sair. Não, não foi uma chuvinha qualquer, também não havia táxis, sabe como são os táxis em dias de chuva, mesmo os que estão vazios negam-se a parar.
Em última instância, você pode dizer que não ouviu o telefone tocar duas, três, cinquenta vezes. Você não está surda, mas com o barulho da chuva... Esqueça essa última parte, melhor não misturar desculpas. Sei lá, invente que o som do vizinho estava alto demais, ou que estourou um transformador aí em frente e você só tem um telefone sem fio, que não toca quando falta luz. Lembre-se que todas as justificativas devem andar o mais próximo possível das razões verdadeiras, aquelas que nem todos aceitam.
Só não vá se valer novamente dos estragos oriundos do já tristemente famoso (e por demais caluniado) "bobó de camarão". Não invente doenças repentinas para uma tia querida, não diga que foi a um velório, nem que torceu o pé ao subir as escadas. Pequenas tragédias, ainda que falsas, têm o poder de atrair grandes e verdadeiros malefícios, nesse campo todo cuidado é pouco.
Em última instância, você pode jurar que sua mãe chegou de viagem e não deixou você sair. Diga que o papagaio da vizinha teve uma overdose de cogumelos, invente que a lua estava cheia e você tem pavor de lobisomem...
Enfim, se nada do que eu te sugeri for conveniente, em última instância, você pode revelar que passou a tarde e a noite comigo, que amou como nunca antes amara alguém na vida, que dormiu nos meus braços e acordou no dia seguinte, perdidamente apaixonada.
Pode não ser verdade, mas nessa ele vai acreditar...
