Há duas coisas que eu devo dizer a vocês sobre o amor entre suínos. Em primeiro lugar, é preciso que compreendam que nós, suínos machos, não amamos a mesma porquinha durante toda a nossa porcaria de vida ( a recíproca também é verdadeira, naturalmente ). Isso acontece por dois motivos:

1 - Ao contrário do que talvez ocorra com os humanos, nós, suínos, não somos os mesmos por toda a existência, efêmera para a maioria; emocionante para poucos porcos. A verdade é que, com o passar do tempo, mudamos, física e emocionalmente. E essas transformações muitas vezes são radicais.

2 - Por outro lado, entendemos e aceitamos que cada porco ou porca tem direito a uma vida apenas, aquela que a natureza nos deu. Por isso, não delegamos a outro indivíduo o direito de interferir em nossos atos ou, muito menos, viver através de nós.

Vamos agora fazer uma breve pausa para relaxar com este musical, em seguida, concluirei o post:

Cá estou eu novamente. Reforço o que disse acima para que entendam de uma vez por todas: os porcos e o amor dos porcos mudam com o passar do tempo, por isso não é possível pensar em eterno amor e outras tolices do gênero. A eternidade, se existe, é para ser vivida, e não rotulada. Nenhum de nós permite que um outro porco ou uma outra porca decida quem devemos ou não amar, nem a intensidade e a duração desse amor.
Os porcos acham que ninguém tem o direito de viver a vida do outro, nem querer que o outro viva a dele.
Muitos humanos não percebem que este equívoco faz com que as pessoas se afastem, guardem mágoas e acabem vivendo uma vida que não é verdadeiramente a sua. É comum atribuir a alguém que está por perto a culpa pela nossa infelicidade. Geralmente, esse alguém é o marido, a mulher, um filho desgarrado... Mas quando se retira este alguém de cena, nem por isso a infelicidade desaparece.
Pra terminar, lembrem-se: quem não vive a sua própria vida não pode entender, nem aceitar, a vida dos outros. Um beijo e muitos ROINCs...