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domingo, 20 de setembro de 2009

Como Num Filme - V

  (Como sempre, lá embaixo tá o quatro, três, dois, um...)
 - Maylson, é verdade que você anda dizendo por aí que é meu sócio na Corretora?
- Eu, heim, Fonseca... Quem falou que eu quero ser teu sócio?
- Outra coisa, Maylson, você anda comendo a minha mulher?
- O quê isso, Dr. Fonseca? Como pode pensar uma coisa dessas a meu respeito?
- Deixa de viadagem, comeu ou não comeu? Pode falar, eu não tenho mais nada com a Selminha.
- Bom...
- Bom o quê?! Comeu e gostou?
- Você não me deixa falar, cara... Puta que o pariu!
- Palavrão aqui não, seu Maylson! Essa é uma Corretora de respeito, porra...
- Porra agora não é mais palavrão, Fonseca? É o novo acordo ortográfico?
- Não fode... Fala logo se comeu ou não comeu a Selminha.
- Não, não comi... Esquece isso e vamos trabalhar. Sabe aquele fazendeiro de Goiás, rico pra caralho, de setenta e cinco anos?
- Sei, quê que tem ele? Vai dizer que morreu?
- Mas que morreu... Vai ser trágico assim lá na editora. O que ia te contar é que eu ofereci uns titulos do tesouro direto, longo prazo, os melhores rendimentos da praça.
- Aqueles títulos de cinquenta anos?
- Isso mesmo... Sabe o que o cara respondeu? "Meu filho, eu tô com setenta e cinco anos, casado com uma menina de vinte, daqui a cinquenta anos vou ter 125. O que é que um cara de 125 anos vai fazer com um título? Só se for o título de investidor mais velho da bolsa", disse isso e caiu na risada.
- Hahahaha... Foi boa mesmo. E essa menina que é casada com ele?
- Quê que tem ela? Você não conhece.
- O casal se dá bem?
- Sei lá, Fonseca... Uma vez ela me disse que o velhinho tem ejaculação precoce, pode? Tem uma prótese e ejaculação precoce...
- Porra, Maylson... Você também tá comendo a mulher do cliente? Além de cornear o chefe, ainda por cima espera o velhinho pegar no sono, vai lá e créu na menina? 
- Mas que sono? Quem falou em sono?
- É com ele acordado mesmo? Pouca vergonha...
- Fonseca, você tá com idéia fixa, cara... Desde que teve uns problemas com a Selmi..., com a dona Selma você só pensa nisso.  
- Mudando de assunto, o que achou do novo livro do Samuel?
- Gostei, dei nota cinco.
- Porra, você gosta e dá cinco?! Sabia que ele também tá papando a Selma? Aquela lá eu acho que metade da cidade já comeu.
- Sério? Tá falando sério, Fonseca? Aquele filhozinho da puta... Deixa estar que vou dar nota quatro pra ele; quatro não, três; três não...
- Ôwww... Pó parar, seu Maylson... Você é o amante e amante não sente ciúmes, entendeu? Só quem pode sentir ciúmes é o maridão, o supercorno Fonsequinha.
- Tem razão... Desculpe, meu amigo. Mas você também não é nenhum santinho...
 Maylson sai da sala repetindo "Santinho, ninguém é... Santinho, ninguém é...". Fonseca aperta a tecla do vivavoz no pabx e fala, autoritário:
- Dona Cris, liga para aquele nosso investidor, o tal que tem setenta e cinco anos e uma esposa de 20, como é mesmo o nome deles? Ah, tá... dr. Leôncio e dra. Joice... O quê, dona Cris? Joyce com "Y"? O que é que isso tem a ver, porra? Desculpe o "porra", é que eu ando meio nervoso, sabe? Como sabe? Sabe o quê? A senhora também já sabe, dona Cris? Hã? Nada, deixa pra lá. Liga pro Leôncio e marca uma reunião pra hoje, aqui na Corretora, no final do expediente. Avisa que é imprescindivel a presença da Joyce com "Y", imprescindível, tá escutando? O motivo? Que motivo? Inventa qualquer coisa, diz que é pra assinar uns papéis, dona Joyce, desculpe, dona Cris...
Fonseca esfrega as mãozinhas gordas e diz:
- É hoje, é hoje...

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