Mal toma conhecimento do que aconteceu e já sai colocando a toga e julgando: "culpado, inocente, culpado, culpado, culpado, culpado, inocente, culpado, culpado..." Tudo isso sem conhecer os detalhes do que acha que acabou de entender, sem ao menos ouvir as partes ou possíveis testemunhas. Não quer saber de provas ou indícios.
Escrevo um texto intitulado Mentes Decadentes, que deverá ficar pronto em 2.045. Como desconfio, com justa razão, que já não estarei por aqui muito antes desta data, resolvi disponibilizá-lo para a chamada criação coletiva, algo que vem ganhando uma força cada vez maior na produção artística, intelectual e tecnológica em nossos mutantes e apressados dias.
Se você acha que tem algo a dizer, ou até mesmo a ouvir sobre o assunto, não espere até a meia-noite de 31 de dezembro de 2.044. Ou você pretende que alguém o julgue "omisso", "descansado", "irresponsável", "desprovido de personalidade"?
O primeiro parágrafo foi tudo o que fiz até agora. Não é muito, mas pode abrir caminho, concorda? Não? Até certo ponto apenas?
Está certo, não era bem o seu julgamento que eu queria, mas vá lá...
Meios para se manifestar, sei que há e você os descobrirá.
Por que essa implicância? Tem a ver com Maniqueu e os prolegômenos das escolhas binárias?
Aguarde.
Ou melhor: eu aguardo, tu aguardas, eles julgam.
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Como não era de se esperar, eis que recebo a primeira "contribuição":
"...Começamos a julgar assim que comparamos o leite materno ao da mamadeira. Julgar é intrínseco às escolhas que a vida nos coloca. Um "mata-mata" sem fim, que só termina com a resposta ao dilema, caixão ou forno? Esta sim, a grande final, onde não há vencedores... Agora vem você difamar nossas escolhas. Não quer julgar? Não gosta da eterna guerra do Bem contra o Mal? Arranje outra cabeça para o ser humano, seu budista de merda..."
assinado: Isac Peter
P.S. Claro que Isac Peter é pseudônimo, claro que havia outras ofensas e grosserias no seu e-mail. Cortei porque eram repetitivas, juízos gratuitos e azedos. De qualquer forma, Isac Peter, tudo o que eu tenho a dizer é: "Valeu..."