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sábado, 27 de fevereiro de 2010

O Cotidiano e seus Genéricos

Twitter vicia. Tem gente que tá muito bem digitando um texto pro jornalzinho de bairro, de repente, leva um susto porque esqueceu de contar as palavras e ver se já tinham passado dos 140 caracteres. 
Pior ainda quando o trabalho é uma tese de mestrado, um conto de mestre, uma crítica à obra completa da pessoa em si, ele mesmo, o twitteiro: 140 caracteres serão suficientes? 
Voltando à ditadura do cotidiano, que ainda não tinha entrado na história, confesso que não sei que graça pode ter esse negócio de ficar lendo as notícias, pinçar umas frases jocosas, umas sacadas políticas e publicar no microblog, esperando um RT. 
Pior ainda quando a pessoa em questão levou a sério a antiga pergunta: “O que é que  você está fazendo?” e responde ao pé da letra: “A campainha tocou, vou atender”. Na volta, completa: “Era minha tia que chegou com a cadela da vizinha”.
Pensa que a pessoa em questão esclarece se  a tal “cadela” é mesmo um animal, que voltou do veterinário, ou se falou no sentido figurado, referindo-se à vizinha propriamente dita? Nada... Seus seguidores que concluam o que bem  entenderem. Dá vontade de mandar a vizinha seguir o cara e deixar que os dois se desentendam quanto à natureza da expressão “duplo sentido”.
Outro dia, teve uma jovem de nome x que extrapolou no tal “What's happening?” e não teve dúvida: “Agora tô tirando a roupa pra entrar no banho”. Dezenas, centenas, provavelmente, milhares de marmanjos ficaram horas esperando a engraçadinha responder a perguntas do tipo: “Esqueceu o sabonete?”; “Quer que eu vá aí te ensaboar?”; “Abre a janela, x,  tô no prédio aqui da frente, louco pra te ver”.
As respostas? Nada! O mais absoluto silêncio em 140 caracteres de cruel omissão.
De repente, alguém que se autonomeava “motherex” postou: “A janela da luxúria está cerrada para sempre, vândalos”.
Não é que teve um twiteiro que confundiu “cerrada” com “serrada”, deu reply perguntando à mulher se ela precisava de um marceneiro e se oferecendo pra consertar a janela?  
Por isso que eu digo, tem coisa melhor pra fazer na vida do que se meter em intermináveis disputas virtuais sobre futebol, sexo, novelas, BBB, fofocas, baladas, comidas de todos os tipos, política...  ou mesmo se achar privilegiado porque já assistiu a algumas séries americanas que ainda nem foram lançadas por aqui. Tem coisa melhor pra se fazer na vida do que acompanhar uma acalorada disputa em família sobre a herança que ninguém sabe se existe de verdade.      
Conclusão? Twitter pode não ser o tal cotidiano, mas é, no mínimo, o seu genérico, com faixa amarela e tudo. Como todo cotidiano,  Twitter não leva a nada (nem é pra levar), mas quem é que sai de lá?
Feitas as devidas críticas e comentários, vocês me dão licença que eu tô com 1037 new tweets para abrir, falô?

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