Suas lágrimas estavam tão perto dos meus olhos que ao me afastar lentamente, como devem fazer as câmeras que se movem sem o trilho, carreguei um pouco da umidade que envolvia e embaçava aquela imagem de contornos indefinidos.
Quem sou eu? Quem era você?
Os olhos de quem vê, a sombra de quem é vista.
No umbral da porta, enquadro um breve sorriso.
Lá fora, a escuridão.
Não há registro de som, mas eu lembro da sua voz a me dizer baixinho: “Só mesmo um louco pra filmar a separação...”