atebrreve@gmail.com

Ok?

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Palavras são palavras...

A palavra, certamente, não é tudo, mas não há nada que não pode ser expresso em palavras. Tudo o que existe e é conhecido tem um nome; o que não existe ou é desconhecido, também tem. Basta pensar para associar a este pensamento uma palavra, às vezes simples; outras, nem tanto. Mas, sempre palavras, com todas as letras.
A lógica, por exemplo, consiste em reunir palavras bem comportadas, que ficam aguardando sentadinhas na sala de espera sua vez de entrar em cena, mesmo que seja no consultório para sentar na cadeira do dentista. Depois, com a boca aberta e ouvindo aquele barulhinho do motor em plena atividade, podemos pensar que não há palavras para expressar o que sentimos. Conversa... As palavras estão todas ali, dentro da nossa cabeça, às vezes até na ponta da língua. Só que não vale a pena soltá-las boca afora, o dentista pode não gostar. E ele está, digamos, com a faca e o queixo na mão (Desculpem o trocadilho, mas não resisti à tentação, palavra...) 
A loucura, ao contrário da lógica, escolhe palavras bagunceiras, irresponsáveis, que estão sempre juntas para arrumar encrenca e brandir aos quatro cantos uma pretensa liberdade .  
Tá certo que a música muitas vezes não precisa de palavras. Refiro-me àquelas melodias que não têm letras. Assim como existem os sem-terra e os sem-teto, existem também, no caso da música, as sem-letras. Mas o que são as notas musicais senão palavras desenhadas de um jeito exótico? Juntas, podem valer uma nota e soar como música para os nossos ouvidos, mas isso é raro e depende do marketing, como tudo, aliás, hoje em dia.

Algumas palavras são tão fortes que as pessoas chegam a imaginar que todo mundo sabe o que significam e que, além disso, significam a mesma coisa para todo mundo.
Liberdade é uma; consciência é outra; necessidade, desejo, dinheiro destacam-se em todas as línguas. 
São palavras poderosas, auto-suficientes, às vezes até arrogantes diante das outras. 
Mas se pensar bem vai ver que cada pessoa tem uma definição própria, que costuma usar de acordo com seus interesses. 
Tal como dinheiro e desejo, necessidade, consciência, liberdade, ninguém pode pedir emprestado ou usar a do outro, cada um tem a sua. São escovas de dentes filosóficas.
Lembre-se que uma pessoa pode não ter honra, mas nada a impede de dar a sua: "palavra de honra!" Acredite se quiser. 
Por outro lado, um homem de palavra não raro é analfabeto. 
Finalmente, todo cuidado é pouco com aqueles que estão sempre querendo se apropriar da palavra dos outros. Nunca ouviu alguém dizer: "Faço minhas as suas palavras..."? Há ainda os que inventam ladrões de palavras e bradam: "Você tirou essas palavras da minha boca". Só que ninguém viu que elas lá estavam.
Palavras ásperas, palavras vãs, meias palavras, palavrões... Cada uma delas tem o seu momento. Vamos trocar duas palavrinhas? Se acabar em briga, não ligue: tudo o que disseram foi da boca pra fora. 
O maior de todos os mentirosos é aquele que diz: "Não tenho palavras..." Conversa! Tem, sim senhor... e vai usá-las, logo logo.  

Seguidores

Arquivo do blog

Ahn...?

Minha foto
Filial do Eu, Liquidação de Neurônios, Churrascaria Almaminhadealcatra Dúvidas, críticas, reclamações, elogios? atebrreve@gmail.com